Lumina e os Contos Desvanecidos
Uma fada restaura contos.
Os Ecos Desvanecidos

Lumina, uma jovem fada com asas como luz da lua fiada, pousou precariamente sobre uma pilha imponente de tomos antigos nos Grandes Arquivos de Aethelgard. Seu coração doía. As capas vibrantes dos contos de fadas, outrora brilhantes com uma luz interior, estavam agora opacas, suas bordas douradas a descascar. Os sussurros de aventura e magia que geralmente zumbiam pela biblioteca foram substituídos por um silêncio melancólico. "As histórias... estão a desaparecer," ela murmurou, sua voz mal um sussurro. A Anciã Salgueiro, com asas que eram uma tapeçaria de folhas de outono, flutuou suavemente ao seu lado. "De facto, Lumina. O Manancial de Histórias, o próprio coração de onde todos os contos fluem, está a enfraquecer. A sua magia, outrora ilimitada, diminui com cada rima esquecida, cada lenda não contada." As antenas de Lumina caíram. "Não há nada que possamos fazer?" "Há uma lenda," continuou a Anciã Salgueiro, com os olhos distantes, "uma Rima Esquecida. Diz-se que detém o poder de reacender o Manancial. Mas os seus fragmentos estão espalhados pelos reinos, guardados por lendas esquecidas e guardiões curiosos. É uma busca perigosa, jovem." O espírito de Lumina, embora intimidado, sentiu um lampejo de propósito. A magia das histórias tinha-a nutrido, e ela não permitiria que elas desaparecessem. "Eu vou encontrá-la," ela declarou, a sua resolução firmando-se.
A Caverna do Acumulador

A busca de Lumina levou-a a Gnorm, um gnomo recluso no fundo dos Picos Submersos, conhecido pela sua coleção caótica. Entre pilhas cintilantes, Lumina avistou um medalhão de prata manchado, pulsando fracamente com um fragmento da magia da Rima. "Bom Gnorm," começou ela, "eu procuro esse medalhão. É vital para uma tarefa grave." Gnorm, com a barba emaranhada de tesouros, apenas grunhiu. "Inestimável, pequena fada." Lumina sabia que a força seria inútil. Ela notou que a verdadeira alegria de Gnorm não estava na posse, mas nas histórias que os itens lhe sussurravam. "E se o medalhão, e todos os seus tesouros, perdessem a sua magia se o Manancial secasse completamente?" Lumina ofereceu. "Ajude-me, e as histórias dentro da sua coleção brilharão mais do que nunca." Gnorm fez uma pausa, os seus olhos pequenos semicerrados. Ele valorizava a magia viva dos contos em seu tesouro. "Leve-o então," ele resmungou, empurrando o medalhão. "Mas volte com uma história digna dele, ouviu!" Lumina, aliviada, apertou o medalhão, compreendendo que o verdadeiro valor muitas vezes reside para além do que brilha.
O Labirinto Murmurante

O próximo fragmento da Rima jazia no Labirinto Murmurante, um labirinto de folhagem esmeralda mutável. Lumina sabia que não conseguiria navegá-lo sozinha. Procurou Barnaby, um troll cauteloso e coberto de musgo que conhecia os segredos do labirinto, mas era demasiado tímido, e Pip, uma pixie tímida cujo brilho podia iluminar caminhos, mas que temia as sombras. "Precisamos da vossa ajuda," Lumina apelou, explicando a situação do Manancial. Barnaby estremeceu; Pip escondeu-se. Lumina não forçou. Em vez disso, falou de histórias restauradas, do riso das crianças a regressar, de um futuro onde as suas forças únicas seriam celebradas. As suas palavras ressoaram. Barnaby, vendo o seu conhecimento como vital, concordou em guiar; Pip, encorajada pela liderança de Lumina, prometeu iluminar o caminho. Enquanto se aventuravam, a voz profunda de Barnaby guiava-os através de falsas viragens, enquanto a suave luminescência de Pip revelava passagens escondidas. Lumina, à frente, uniu as suas diversas forças. Moveram-se como um só, um testemunho de propósito partilhado e confiança.
O Coração do Manancial

Guiados por Barnaby e Pip, emergiram numa caverna colossal. Diante deles jazia o Manancial de Histórias, uma vasta piscina cintilante, mas o seu brilho era fraco, quase um pulso ténue. Símbolos antigos gravados na rocha pareciam chorar. Lumina segurou o medalhão, agora a brilhar intensamente. Os fragmentos combinados revelaram a Rima Esquecida completa. Respirando fundo, ela caminhou até à beira do Manancial. Barnaby e Pip observaram. "De reinos invisíveis, onde os sonhos residem," Lumina começou, com a voz clara, "deixe a magia antiga fluir, desacorrentada, desamarrada. Através da lenda sussurrada e do brilho do sol, reacenda agora o sonho intemporal." Quando a última palavra ecoou, o medalhão irrompeu com luz brilhante. O Manancial pulsou, as suas águas a girar com matizes vibrantes, irradiando energia cintilante para os reinos. Histórias, outrora a desvanecer, agora brilhavam mais intensamente, a sua magia restaurada. Lumina sentiu um profundo sentido de realização, um triunfo de coragem, cooperação e imaginação duradoura.